Resoluções de ano novo
Primeira: ir ao cinema sozinha.
Há horas que vago nas paredes, nos murais, nos álbuns, nas contas e ainda não consegui dizer um oi pessoalmente pra alguém. Tem algo estranho acontecendo. Nunca mais tinha visto tanta gente e olha que estava cercada de um monte. Incrível!
A mesma motivação? Foi o que pensei ao ter vontade de escrever novamente por aqui. Passei ao largo deste blog muitos anos, me deu vontade de voltar agora, escrever direto, sem reler, por isso o que sair vai ser postado sem censura, sem vergonha e com urgência. Que venham os pensamentos... cri cri cri. Enfim, mais uma campanha se passou e mais uma vez foi bom e ruim e infernal e maravilhoso. Grandes pessoas, grandes idéias, grandes aborrecimentos, grandes sapos engolidos, grandes momentos de puro prazer e desprazer. Desta feita fiquei enfurnada, horas no computador debaixo do ar condicionado, muitos orçamentos, muitos telefonemas, algumas horas no estúdio debaixo dos ácaros e em cima das baratas, ao lado delas dividindo o mesmo espaço frio com elas. Ação... cri cri cri. Que lembranças vou carregar, o que vou lembrar, o que ficou no caminho? O que fica no caminho ao final de uma jornada diária de mais de 12 horas, de bons 4 meses quase sem folga?
Sobre a motivação... ainda pergunto o que move minhas vontades. Blá blá blá... não ando me aguentando.
De volta, sei lá até quando.
Uma boníssima novidade, lindíssima, com um coração acelerado, 156 batimentos cardíacos por minuto, um trabalhador.
Um menino que aparenta ser irriquieto. Embora ainda não o sinta, as imagens mostram o pequenino levantando os braços, as pernas e até soluçando, dando pulinhos engraçados.
Quero eu que seja belo e esperto, será. Que goste de aventuras, da natureza, de histórias fantasiosas e fantasmagóricas. Quero que seja valente e enfrente os tantos monstros que irá encontrar em seu caminho, mas que seja um pouquinho medroso pra correr pros meus braços, e para os do pai, na hora de um espanto mais assustador. Formaremos um bando, uma gangue, uma família que extermina tristezas e cria umas aqui e acolá.
Quero que ele corra livre, que aprenda a nadar, a andar de bicicleta, que caia bastante, que brigue e que ame, quero tantas coisas... quero saúde, quero que seja perfeito, será, sempre!
Mas a verdade é que de todos esses quereres, o que mais quero não está escrito, ainda não foi dito... um nome. Um nome pro meu menino, meu e do Eduardo, nosso primeiro filho, tão amado e desejado.
Nosso!
Pensei que pudesse escrever em tempos de campanha. Tentei algumas palavras longe do que me cercava, mas foram inúteis repetições dos temas recorrentes. Decidi por ódio e inevitabilidade comentar, por fim, impressões de minha mais nova experiência no ramo quase publicitário, senão completo, da campana (mesmo) eleitoral. Horas de telefonemas, de jingles, de discursos, de frases feitas, de crianças beijadas, de pobres abraçados, de gente prolixa, mentirosa, demagoga, uma insuportável luta contra a cooptação, contra a ideologia, contra as verdades há muito acreditadas. Ufa... foi uma luta em glória, árdua e perdida! Aos meus peço perdão e aos outros, lamento muito as decisões mal tomadas. Votei errado, por motivos escusos, votamos todos.